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Sergipe, 202 anos de emancipação. Conheça a história de como o estado conquistou sua independência


8 de Julho é uma data especial, é um resgate da história para aqueles que construíram ao longo dos anos o desenvolvimento do Estado de Sergipe .


Vamos conhecer um pouco da história dessa conquista de todos os Sergipanos .


Em 8 de Julho de 1820, o imperador D. João VI, sentindo-se grato com a participação da elite sergipana no processo de expansão da revolução pernambucana de 1817, decretava Sergipe independente da Bahia e nomeava Carlos César Burlamaqui para ser seu primeiro governante.


A Bahia não aceitou assim tão fácil a decisão de D. João e criou obstáculos, prendendo Carlos Burlamaqui. D. Pedro I, que assumiu depois da abdicação de seu pai e proclamou a independência do Brasil, confirmou, por Carta Imperial, em 5 de dezembro de 1822 a Carta Régia de D. João VI, reafirmando a autonomia de Sergipe.


A Carta Régia que desanexou da Capitania da Bahia o território de Sergipe, emancipando-o politicamente, completa 202 anos, e é, ainda, uma referência, um marco, para a compreensão da história. Por mais que os episódios gerados pela decisão de Dom João VI ainda careçam de melhor interpretação, o 8 de julho de 1820 tem sido convertido no símbolo da liberdade, da independência, da autonomia econômica, da construção da sergipanidade.


A emancipação política de Sergipe fez nascer e crescer vilas e cidades, ocupando estrategicamente o território, como suporte das atividades econômicas. A crescente produção açucareira nas terras pretas e gordas do massapê fez de Laranjeiras e de Maruim dois centros urbanos destacados na Província, para onde convergiam as atenções. Estância ao sul, Vila Nova, hoje Neópolis, e Propriá, ao norte, Itabaiana e Lagarto, ao oeste, juntamente com a capital, São Cristóvão, davam a Sergipe os ares do progresso.


Sergipanidade


O 8 de julho é também uma data considerada o dia da Sergipanidade, por ser a data em que Sergipe conquistou sua emancipação política da Bahia. A data é marcada todos os anos, por diversas comemorações que envolvem o fazer cultural sergipano e a valorização do seu povo, nessa data, Sergipe comemorará 193 anos de emancipação política, mas oficialmente o dia da Sergipanidade ficou mesmo com a outra data que antes também se comemorava o dia e emancipação do estado o então 24 de outubro.


Uma data que agora tem outro sentido, comemoramos o dia do sentimento, do orgulho de ser sergipano, esse termo sergipanidade foi usado primeiramente por Tobias Barreto, mas somente nas últimas duas décadas que a Sergipanidade começou a ser tratada como um conceito cultural, capaz de inspirar artistas, escritores, pensadores, qualificando compromisso das manifestações da cultura sergipana.


Decreto


“Decreto – de 8 de Julho de 1820.

Isenta a Capitania de Sergipe da sujeição ao Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente.

Convido muito ao bom regimento deste Reino do Brasil, e a prosperidade a que me proponho elevala, que a Capitania de Sergipe de El Rei tenha um Governo independente do da Capitania da Bahia.


Hei por bem isentá-la absolutamente da sugeição em que até agora tem estado do Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente para que o Governador della a governe na forma praticada nas mais Capitanias independentes, communicando-se directamente com as Secretarias de Estado competentes, e podendo conceder sesmarias na forma das Minhas Reaes Ordens.

Thomas Antonio de Villanova Portugal, Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Reino, o tenha assim entendido, e faça executar com as participações convenientes às diversas estações.


Palácio do Rio de Janeiro e 8 de julho de 1820.


Carta Régia


“Conde de Palma do Meu Conselho, Governador e Capitão Geral da Capitania da Bahia, Amigo: Eu El-Rei vos envio muito saudar aquelle que amo. Convido muito ao bom regimen deste Reino do Brazil, e a prosperidade a que Me proponho Elevo-lo, que a Capitania de Sergipe d’El-Rei tenha hum Governo, Declarando-a independente totalmente para que os governadores della a governem na forma praticada nas mais Capitanias Independentes, comunicando-se directamente com as secretarias de Estado competentes e podendo conceder sesmarias na forma das Minhas Reaes Ordens. O que Me pareceu participar-vos para que assim o tenhais entendido. Escrevo do Palácio do Rio de Janeiro em oito de Julho de mil e oitocentos e vinte. Rey”.

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